quarta-feira, 30 de março de 2011

31 de Março de 2011 (Quinta-feira)

Depois de um dia de terapia, eu parei pra analisar a minha vida, e vi que ela é totalmente desorganizada. Mas, como começar a organizar se tudo tá embaralhado?
Foi aí então que resolvi realizar uma mini-pesquisa com meus grandes amigos de trabalho: Karan e Christine.
Todos dois são muito competentes, mas dá pra perceber no dia-a-dia que o Karan consegue fazer 5 vezes mais coisas do que eu e a Chris juntas. Então eu perguntei pra ele como era o guarda-roupa dele, ele me respondeu: -Tudo no seu devido lugar, blusas e calças passadas, dobradas e separadas umas das outras, e acessórios em ordem para que quando eu abra consiga visualizar tudo o que eu quero.
Fiquei chocada, nunca imaginei que alguém, além do meu irmão, poderia ser assim. Então virei pra Chris e fiz a mesma pergunta, ela me disse que é impossível arrumar as coisas quando se tem filhos pequenos em casa, mas nós sabemos que isso foi uma desculpa.
Quando cheguei em casa, de noite, fiquei na minha cama pensando e vi que assim como a Chris usava uma desculpa pra não se organizar e acabava sempre adiando, eu também agia da mesma forma.
Como eu resolvi organizar minha vida, decidi então começar pelo guarda-roupa, e isso pra muitos (os disciplinados) é uma tarefa fácil, mas pra mim é como se tivesse acontecendo uma catástrofe na terra.
Isso tudo porque sempre que eu abro meu guarda-roupa ele vira um verdadeiro tsunami e vai me engolindo, e então depois de alguns segundo lá estou eu, no meio de todas as minhas roupas (sujas, limpas, passadas, amassadas). Não consigo nem identificá-las para poder guardar em seus devidos lugares.
Mas eu fui, como uma heroína de história em quadrinho. Coloquei minha espada na mão e sai cortando o mato, ou seja, arregacei as mangas e separei todas as roupas: Suja, limpa, amassada e passada - se é que ainda existiam passadas! (Neste momento é inevitável não dizer que a única pessoa que eu queria que estivesse vendo isso era meu irmão, acho que ele seria capaz de chorar..rs)
Depois de mais ou menos duas horas, vi que metade das minhas roupas não são mais utilizadas, então resolvi doá-las. Além delas, a outra metade se dividia mais ou menos assim: 60% suja, 30% amassada, 10% disponível.
Separei as sujas e levei pra lavar, separei as amassadas e fui passar e organizei as disponíveis.
Nossaaaa! Se meu guarda-roupa falasse, ele diria: Estou com uma grande sensação de limpeza!
Sim, os sapatos jogados agora estavam limpos e organizados. As roupas também, confesso que ainda estou em falta nos acessórios, mas final desta semana eu concluo.
E no dia-a-dia olhando meu guarda-roupa organizado, eu percebi que, assim como a minha vida, é fácil começar um caminho, difícil é permanecer nele com os mesmos desejos iniciais.
Tarefa da terrapia: Exercitar a consolidação das minhas vontades, ou seja, acordar todos os dias e matar mais um leão do desânimo e desfoco.

Por falar em foco.. Boa noite de estudos pra mim! Até amanhã, pessoal! :)

30 de Março de 2011(Quarta-Feira).

Já fui bem apresentada pelo blog.
Ah, então vamos lá!
Confesso que tô nervosa, afinal sempre me achei péssima em escrever, mas minha mãe (talvez por corujice) me diz o contrário, então vou acreditar nela.
Eu tenho 24 anos, sou filha mais velha e, praticamente, única mulher. Aí então começa a primeira parte da minha vida! Durante anos fui contrária a todo e qualquer tipo de tentativa que meus pais oferececem de educação. E, durante, muitos anos coloquei a culpa neles.
Primeira parte da terapia: Aprender a perdoar é fundamental pra que você pare de dar círculos em sua vida.
Não é fácil, ainda trago em mim raízes desse tipo de atitude, mas acredito que to plantando esse novo sentimento em mim.
Nesse último mês que comecei a terapia, percebi que a vida é toda entrelaçada, mas se torna um emaranhado de coisas quando você não cuida da sua saúde mental. E por isso, a primeira linha entrelaçada em mim é família, como não posso arrancar, nem fugir, preciso encarar.
De que forma? Perdoando..
Até agora só consegui perceber isso. Parece vago, mas tá fazendo diferença no meu dia-a-dia (Pelo menos tenho gastado menos tempo pensando no passado, o que faz com que possa arranjar outras atividades ao longo do dia).

Arrumando a vida.

Lia acordou e decidiu que o mundo estava ao contrário. Ela então resolveu mudá-lo, buscando coisas realmente concretas pra mudança de sua vida. Sim, todas as vezes ela queria buscar, mas não passavam de pensamentos. E na busca incessante ela encontrou uma solução inicial.. E durante anos ela buscou isso em religiões, trabalhos, estudos, amigos, família, amores.. Mas conseguiu ficar mais confusa ainda. Entendeu que sua solução inicial não era a melhor, e a beira de seus 24 anos ela entrou em uma crise profunda e decidiu ir em busca de algo científico (um médico). Começou então pelo exame de rotina, que levou a buscar uma nutróloga, atividades físicas, psicóloga, psiquiatra, gastro.. Enfim, todos os aparatos de saúde que pudessem existir.
Ela percebeu que seu problema era grande e que pra começar ela deveria dividi-lo em etapas menores. Também descobriu que as soluções estavam dentro de si e que por isso deveria recorrer a um esforço bem maior do que tivera durante sua vida.
Dia 14 de Março foi sua primeira consulta com a psicóloga. De lá pra cá, duas vezes por semana elas se encontram. E Lia tem refletido sobre muita coisa..
Durante o tratamento, ela passa então a escrever pra vocês, mas já adianta de ante-mão que até agora a único efeito que surtiu foi a arrumação do seu quarto, seu guarda-roupa e seus horários. O que pra Lia já demonstra uma grande vitória.


Bem-vindo ao diário de uma mulher em busca de equilíbrio!

domingo, 27 de março de 2011

Volta..

E não se fala mais em temperatura elevada e coração desenfreado de palpitação. A mão já não sua, esta água foi trocada por lágrimas.
Oh, lágrimas! Talvez devesse existir um botão em alguma parte do seu corpo capaz de controlar essa bendita lágrima, como não existe ela sempre utiliza guardanapos (em pequena escala) ou uma ducha, quando em grande escala, por ser capaz de retirar os excessos e lavar sua alma!
Sai do banho, desliga a luz do quarto e fingi que está dormindo, mas não está. Seu pensamento vai direto naquilo que lhe faz sentir a pior mulher do mundo, mas ela não consegue controlar.
Pesadelos se fazem muito presentes, eles pulam debaixo do cobertor junto dela e ficam por lá durante toda a noite.
Sua mente está cansada de pesadelos, de sentimentos tristes, de saudade, de arrependimento.. E o que a faz conseguir respirar é que o dia de amanhã é de trabalho e por isso de 8 as 8 da noite, pelo menos, ela foge mais uma vez dos seus problemas! Até o dia em que a bola de neve se quebrar e então ela entender que aos 24 anos não se foge de problemas, pois quem foge são as crianças e adolescentes, já os adultos.. os adultos encaram a vida!

sábado, 12 de março de 2011

Minha menina Malu!

É tão bom saber que dentre tantos espinhos, que dentro desse mundo obscuro e de tudo de errado que eu consigo ser, na tradução de algumas pessoas, pra você eu consigo ser mais!
É tão bom saber que pra alguém você é querido, perfeito. Que quando você chega o mundo dela se torna mais feliz, e vocês brincam e conversam.
Tão bom saber que as coisas podem ser simples e felizes se houver amor de verdade.
Melhor ainda quando vem de você, pela sua genética, pela história se repetir. Não tão igual, pois sei, e nem quero, que em alguma hipótese sua mãe deixe de ser sua musa como a minha deixa vez em quando.
Mas que pra você eu seja pelo menos metade do que sua mãe representa pra mim.
Que nos dias tristes eu não esqueça de você.
Que nas suas tolices eu saiba dar o melhor de mim.
Que nas suas inseguranças eu esteja lá pra te ajudar a levantar.
Que eu seja paciente contigo, mesmo sabendo que você precisa de uma surra.
Que você pense em correr pra me abraçar nas suas conquistas e que ao pensar, eu já esteja ao seu lado pra te parabenizar, te beijar e te dizer: eu sempre estarei com você.
Que eu seja sua Tia Michelle e você minha Paulinha.
Que seus gostos, sejam os meus.
Que sua vontade em estar ao meu lado seja espontânea.
Que você mesmo triste por motivo qualquer consiga ficar feliz com a minha chegada.
E que depois de muitos anos eu te reconheça como minha filha mais velha e você me reconheça como sua mãe.
Que sejas minha Malu e eu tua Tia Paulinha. Assim como eu sou a Paulinha da minha Tia Michelle.
E que a história se repita, pois é a única história da minha vida que nunca teve cortes, que nunca ficou preto e branco e a que eu mais amei até hoje.. Na verdade, até você nascer. Pois ela é tão amada quanto está sendo a que estamos escrevendo, minha pequena!

quinta-feira, 10 de março de 2011

..Os dias passavam, os meses, quase o ano.
Ela, anciosa, riscava na folhinha e pensava: "Menos um dia ao lado dele" e suspirava.
Ele, tranquilo, bebia e curtia todos os dias como se fosse o último de sua vida.
Ela foi pra acompanhar a amiga.
Ele foi pra azarar 'as minas'.
Ela sentou, olhou pra ele e pensou: "Menos um dia ao lado do meu amor, mas me divertindo com o próximo errado da lista."
Ele foi ao banheiro e quando virou-se, ela se fazia sorridente, com olhar penetrante e cheia de frases simpáticas.
Ele não pode pensar pois fora pego de surpresa, mas foi educado.
Ela distraiu e quando olhou, ele se fora sem dizer tchau.
Ela se decepcionou, mas sua decepção demorou um dia.
Ele a procurara em redes sociais.
Ela o adicionou.
Ele escreveu várias coisas legais, no estilo que toda mulher quer ouvir, e a convidou pra tomar suco de laranja.
Ela leu, sorriu e planejou ser mais um.
Ele leu, sorriu e planejou ser mais uma.
Ela maquiou-se.
Ele perfumou-se.
Ele fora cavalheiro e ela uma dama.
Sushi.. Sim, a primeira comida foi sushi.
Bohemia foi a primeira bebida.
O primeiro brinde foi ao 'reencontro'.
O primeiro bar foi com mpb no fundo musical.
E todos olhavam as gargalhadas daquele 'casal' que pra todos iniciava ali uma relação feliz, mas pra eles não passava de um passatempo.
Ela ficou alegre.
Ele acompanhou e serviu de lenha pra que a fogueira aumentasse.
Ela então deu um sorriso nervoso e disse "preciso de uma cigarro" e esperou o sermão.
Ele desceu do carro, comprou-lhe um cigarro.
E depois daquilo tornaram-se pela primeira vez "nós", mas no sentido carnal.
....
....
....
....
....
....
E entre mensagens tornaram-se repetidamente nós.
Ela então viu que era ele quem a fazia feliz.
Ele talvez vira o mesmo, não se sabe ao certo o que há em seu coração, mas demonstrara profudamente a vontade de tê-la ao seu lado, de gostar dos seus cuidados diários e suas manhas.
Ela abdicou de seu mundo, pelo mundo do 'nós'.
Ela quebrou suas regras, afastou-se do que lhe fazia mal, vou ao trilho do trem e agora tem 'dó' em riscar a folhinha, pois seu significado é: 'menos um dia de 'nós''.
Ele sentira sua baixa estima.
Ela sentira sua autoridade.
Mas 'nós' acreditaram saber conviver com os defeitos e aproveitar as qualidades.


E agora nós, não mais Ele e Ela.