sexta-feira, 29 de abril de 2011

29 de Abril de 2011. (Sexta-feira)

Minha cabeça gira, mas o mundo parece lento.
Meu coração dispara, mas meus gestos não seguem o ritmo desta canção.
Minha mente quer, mas meu corpo não!

Ser dupla e inconstante sempre foi caractarística minha, mas isso não era algo negativo até eu descobrir que eu era assim.
Talvez precise até o fim da vida de terapia, mas talvez eu resolva me desligar disso tudo amanhã!

Boa noite com gosto de pondera na boca!

quinta-feira, 21 de abril de 2011

21 de Abril de 2011 (Quinta-feira).

O feriado pode ser definido pra muitos como uma data de curtição, mas pra outros é de descanso. Eu juro, que pela primeira vez vou tentar refletir sobre o significado da Páscoa.
Hoje eu passei o dia deitada por vontade de refletir (e também por fase de adaptação do meu remédio). Fiquei pensando em uma forma de tentar pela primeira atravessar a barreira do meu medo de me expressar pras pessoas que me amam e acho que o feriado vai servir pra tentar dá o passo inicial pra uma nova caminhada.
Primeira coisa foi criar um roteiro, acho que nunca vou visitar todos nestas datas como uma forma de tentar 'puni-los' por não serem unidos, mas acho que ja entendi que não é fácil conviver com as diferenças e que eu tenho que tentar entendê-los, mesmo que cada um tenho um jeito tão diferente do outro, mesmo que isso me irrite profundamente, a diferença entre nós não pode ser capaz de diminuir nosso amor e nossa convivência até porque no final eu acabo me punindo.
Primeira coisa que foi feita: Listagem do meu cronograma de Páscoa, e pela primeira vez priorizei minha família e não meus amigos. Acho que já entendi que sou boa mais fora do que dentro de casa e não quero mais isso!
Na ordem estarão: Mamãe e Sora, Papai, Vó Eny e Tia Beth, Vó Wasthir e Tia Michelle.


Isso vai doer pra fazer, mas depois escrevo a sensação que vai me trazer.


Feliz Páscoa!

segunda-feira, 4 de abril de 2011

04 de Abril de 2011 (Segunda-Feira) II

Esse final de semana, pude sentar com o meu passado.
Eu olhei nos olhos da Malu e da Gigih.. E pude ver duas fases legais da minha vida.
Primeiro, a Malu ou a infância.. como queiram! Lembrei de tantas coisas, inclusive do que não lembro, mas sei pela boca da família.
Lembrei de que meus pais se conheceram, minha mãe engravidou, eles se casaram e eu nasci. E que, segundo minha vó, minha mãe gastava horas lavando todas as minhas roupinhas com medo que eu pegasse qualquer tipo de doença e que meu pai ficava com a cara vidrada no berçário para não me trocarem. Depois eu lembro que queria uma irmã, então veio um irmão e que eu adorava jogar ele da rede por ciúmes. E também do meu primeiro desfile na escolinha do Snoopy, que eu não ganhei, mas chorei tanto que arranjaram um prêmio pra mim. Também tem a lembrança da minha mãe que sempre me conta que eu chorava com a mamadeira na boca, no portãozinho de casa quando o papai ia trabalhar.. E também na época do Sérgio Malandro que eu queria insistentemente usar meias de duas cores. Lembro de quando a gente tinha que decorar todos os hinos, inclusive que "cândido de vilhena é a escola onde há educação..". Lembro que por traz desse cenário eu tinha meus tios sempre reunidos na casa da vovó, quando ela fazia aquela sopa.. e sempreeee reclamava da gente, e também do Tio Jean chegando ao final da reunião com aquela velha frase: "Nem deixaram pra mim?". Lembro que todas férias o Heber e o Diogo vinham de Macapá e que em uma dessas férias eu ganhei da mamãe uma máquina de fazer sorvete, e usamos ela por toda as férias até que quebrasse..

Parei aí, olhei pra Giovanna, e lembrei do dia em que nos mudamos pro Jaçanã, que o papai ainda morava com a gente, lembro que todas férias a mamãe fazia questão de levar a gente pra algum lugar, lembro de como era engraçado a doida da Joana me lambuzar de areia em Salvaterra e de como eu ria quando a mamãe bebia e chorava pra gente.
Lembrei também de como a mamãe tentou fazer a gente feliz.. E que a partir de um momento dessa época de adolescente eu deixei que isso se perdesse.
Esses dias eu pude perceber que a partir dos 15 ou 16 anos a minha visão de família mudou, e que as lembranças que eu gravei na minha memória foram as ruins, os defeitos.. E que eu contribui muito para que hoje, na idade adulta, a minha mente apenas detecte coisas ruins, pois fui eu quem fui capaz de armazená-las.

Lição de Terapia: Perdoar e livrar os registros ruins. Me dedicar a lembrar dos bons momentos, registrá-los na memória e a partir de agora guardar apenas os bons registros, aqueles dignos de me fazer sorrir ao pensar, assim como eu sorrio quando penso na minha vida de 15 anos para traz!


Boa noite!

04 de Abril de 2011 (Segunda-Feira)

Eu custumo achar que a vida é como a praia, quanto mais a gente vai cavando a areia e abrindo o buraco, mais areia vai aparecendo e esse processo nunca acaba.
Talvez na vida a areia que nunca acaba sejam os nossos problemas. Também existe aquele momento que você tá cheia de problemas e quanto mais procura resolvê-los mais encontra problemas, essa parte talvez seja o buraco.. Quanto mais você cava, mais acha areia e ainda há muito espaço pra cavar. Até que chega um momento que você se pergunta: Se eu parar de cavar buraco e de amontar essa areia e então dá uma finalidade para ela, o buraco vai diminuindo ao longo do tempo, através da reposição de outra areia vinda do mar, e a areia cavada irá dá em lindos castelos. Logo, quando toda a areia tiver se tornado novas idéias, é hora de cavar mais ali no mesmo buraco, pegar a areia nova e fazer tudo de novo.
Então traduzindo: Você vai ignorando seus problemas e cada vez mais vai fugindo, fugindo, cavando sempre mais. Quando se vê os problemas estão amontoados e ainda estão vindo mais e mais e mais. É no momento em que você decide que pegará seus problemas e resolverá todos, ou pelos menos aprenderá a conviver com eles. E quando conseguir fazer isso com os velhos, é hora então de catar os novos e fazer o mesmo.. E por aí vai!
O grande problema nisso tudo, é que o cara que cava uma hora sente que quer construir castelos com as areias novas e que as velhas podem permanecer amontoadas.. É quando você acaba deixando que o vento venha e faça aquela areia velha desmoronar na nova e ai temos todos os problemas juntos.. e isso fica bem difícil de lidar!
Falo isso porque essa semana não percebi muito avanço da terapia, parece que a força ficou toda concentrada em cavar buraco, eu praticamente ignorei a areia, e isso me deixo mais frágil.. Pois ao cavar cada vez mais o buraco, me deparei com algumas areias que ainda não sabia pra onde direcioná-las e as que eu sabia simplesmente desmoronaram em todas as outras.
Resultado: Início do ciclo novamente, mas tudo bem.. Ninguém disse que seria fácil e nem num passe de mágicas!

Boa noite!

domingo, 3 de abril de 2011

03 de Abril de 2011 (Domingo).

Ontem me deparei com o passado e, pra quem não está preparado (como eu), dá um aperto.
Muitas vezes eu achei que o problema quem tinha que resolver era eu, depois pensei que eram as mulheres da família, mas depois de ontem entendi que somos todos nós.
É muito difícil olhar pra alguém que te acolhe como uma bruxa, e pra alguém que você não tem afinidade como vítima, mas ontem eu descobri que as coisas realmente são assim. Quer dizer, elas eram assim, hoje não são mais! Quem era bruxa virou uma pessoa melhor e mais sábia.. E quem era vítima se tornou alguém difícil. É, pra mim é muito doloroso, pois eu realmente acho que ele se tornou uma pessoa ruim, mas eu descobri que ele apenas criou um bloqueio contra todas as pessoas pois ele nunca conseguiu expressar pra ninguém aquilo que lhe fez mal por muitos anos.
Hoje eu consigo entender e mesmo não tendo tanta afinidade assim eu, de longe, peço pro Papai do Céu pra que ele busque o seu caminho e consiga ter uma felicidade plena, nem que seja agora depois de seus 40 anos.

Depois desse final de semana, eu entendi que o encontro familiar é fundamental se você aceita que ao encontrar-se vocês mexerão em feridas muito sangrentas e que elas doerão, mas que é apenas você que tem o a obrigação de sará-las ao longo da vida.

Dói muito ter nascido nesse ninho, mas como diz a minha prima Giovanna: "A gente pensa que a família do vizinho num tem problemas e descobre que tem tanto quanto a nossa! Então é melhor aprender a conviver com a que temos do que fugir e se deparar com o problema alheio."
A sabedoria dela talvez já seja reflexo de algum tempo de terapia!

Boa tarde, bom domingo!

quarta-feira, 30 de março de 2011

31 de Março de 2011 (Quinta-feira)

Depois de um dia de terapia, eu parei pra analisar a minha vida, e vi que ela é totalmente desorganizada. Mas, como começar a organizar se tudo tá embaralhado?
Foi aí então que resolvi realizar uma mini-pesquisa com meus grandes amigos de trabalho: Karan e Christine.
Todos dois são muito competentes, mas dá pra perceber no dia-a-dia que o Karan consegue fazer 5 vezes mais coisas do que eu e a Chris juntas. Então eu perguntei pra ele como era o guarda-roupa dele, ele me respondeu: -Tudo no seu devido lugar, blusas e calças passadas, dobradas e separadas umas das outras, e acessórios em ordem para que quando eu abra consiga visualizar tudo o que eu quero.
Fiquei chocada, nunca imaginei que alguém, além do meu irmão, poderia ser assim. Então virei pra Chris e fiz a mesma pergunta, ela me disse que é impossível arrumar as coisas quando se tem filhos pequenos em casa, mas nós sabemos que isso foi uma desculpa.
Quando cheguei em casa, de noite, fiquei na minha cama pensando e vi que assim como a Chris usava uma desculpa pra não se organizar e acabava sempre adiando, eu também agia da mesma forma.
Como eu resolvi organizar minha vida, decidi então começar pelo guarda-roupa, e isso pra muitos (os disciplinados) é uma tarefa fácil, mas pra mim é como se tivesse acontecendo uma catástrofe na terra.
Isso tudo porque sempre que eu abro meu guarda-roupa ele vira um verdadeiro tsunami e vai me engolindo, e então depois de alguns segundo lá estou eu, no meio de todas as minhas roupas (sujas, limpas, passadas, amassadas). Não consigo nem identificá-las para poder guardar em seus devidos lugares.
Mas eu fui, como uma heroína de história em quadrinho. Coloquei minha espada na mão e sai cortando o mato, ou seja, arregacei as mangas e separei todas as roupas: Suja, limpa, amassada e passada - se é que ainda existiam passadas! (Neste momento é inevitável não dizer que a única pessoa que eu queria que estivesse vendo isso era meu irmão, acho que ele seria capaz de chorar..rs)
Depois de mais ou menos duas horas, vi que metade das minhas roupas não são mais utilizadas, então resolvi doá-las. Além delas, a outra metade se dividia mais ou menos assim: 60% suja, 30% amassada, 10% disponível.
Separei as sujas e levei pra lavar, separei as amassadas e fui passar e organizei as disponíveis.
Nossaaaa! Se meu guarda-roupa falasse, ele diria: Estou com uma grande sensação de limpeza!
Sim, os sapatos jogados agora estavam limpos e organizados. As roupas também, confesso que ainda estou em falta nos acessórios, mas final desta semana eu concluo.
E no dia-a-dia olhando meu guarda-roupa organizado, eu percebi que, assim como a minha vida, é fácil começar um caminho, difícil é permanecer nele com os mesmos desejos iniciais.
Tarefa da terrapia: Exercitar a consolidação das minhas vontades, ou seja, acordar todos os dias e matar mais um leão do desânimo e desfoco.

Por falar em foco.. Boa noite de estudos pra mim! Até amanhã, pessoal! :)

30 de Março de 2011(Quarta-Feira).

Já fui bem apresentada pelo blog.
Ah, então vamos lá!
Confesso que tô nervosa, afinal sempre me achei péssima em escrever, mas minha mãe (talvez por corujice) me diz o contrário, então vou acreditar nela.
Eu tenho 24 anos, sou filha mais velha e, praticamente, única mulher. Aí então começa a primeira parte da minha vida! Durante anos fui contrária a todo e qualquer tipo de tentativa que meus pais oferececem de educação. E, durante, muitos anos coloquei a culpa neles.
Primeira parte da terapia: Aprender a perdoar é fundamental pra que você pare de dar círculos em sua vida.
Não é fácil, ainda trago em mim raízes desse tipo de atitude, mas acredito que to plantando esse novo sentimento em mim.
Nesse último mês que comecei a terapia, percebi que a vida é toda entrelaçada, mas se torna um emaranhado de coisas quando você não cuida da sua saúde mental. E por isso, a primeira linha entrelaçada em mim é família, como não posso arrancar, nem fugir, preciso encarar.
De que forma? Perdoando..
Até agora só consegui perceber isso. Parece vago, mas tá fazendo diferença no meu dia-a-dia (Pelo menos tenho gastado menos tempo pensando no passado, o que faz com que possa arranjar outras atividades ao longo do dia).

Arrumando a vida.

Lia acordou e decidiu que o mundo estava ao contrário. Ela então resolveu mudá-lo, buscando coisas realmente concretas pra mudança de sua vida. Sim, todas as vezes ela queria buscar, mas não passavam de pensamentos. E na busca incessante ela encontrou uma solução inicial.. E durante anos ela buscou isso em religiões, trabalhos, estudos, amigos, família, amores.. Mas conseguiu ficar mais confusa ainda. Entendeu que sua solução inicial não era a melhor, e a beira de seus 24 anos ela entrou em uma crise profunda e decidiu ir em busca de algo científico (um médico). Começou então pelo exame de rotina, que levou a buscar uma nutróloga, atividades físicas, psicóloga, psiquiatra, gastro.. Enfim, todos os aparatos de saúde que pudessem existir.
Ela percebeu que seu problema era grande e que pra começar ela deveria dividi-lo em etapas menores. Também descobriu que as soluções estavam dentro de si e que por isso deveria recorrer a um esforço bem maior do que tivera durante sua vida.
Dia 14 de Março foi sua primeira consulta com a psicóloga. De lá pra cá, duas vezes por semana elas se encontram. E Lia tem refletido sobre muita coisa..
Durante o tratamento, ela passa então a escrever pra vocês, mas já adianta de ante-mão que até agora a único efeito que surtiu foi a arrumação do seu quarto, seu guarda-roupa e seus horários. O que pra Lia já demonstra uma grande vitória.


Bem-vindo ao diário de uma mulher em busca de equilíbrio!

domingo, 27 de março de 2011

Volta..

E não se fala mais em temperatura elevada e coração desenfreado de palpitação. A mão já não sua, esta água foi trocada por lágrimas.
Oh, lágrimas! Talvez devesse existir um botão em alguma parte do seu corpo capaz de controlar essa bendita lágrima, como não existe ela sempre utiliza guardanapos (em pequena escala) ou uma ducha, quando em grande escala, por ser capaz de retirar os excessos e lavar sua alma!
Sai do banho, desliga a luz do quarto e fingi que está dormindo, mas não está. Seu pensamento vai direto naquilo que lhe faz sentir a pior mulher do mundo, mas ela não consegue controlar.
Pesadelos se fazem muito presentes, eles pulam debaixo do cobertor junto dela e ficam por lá durante toda a noite.
Sua mente está cansada de pesadelos, de sentimentos tristes, de saudade, de arrependimento.. E o que a faz conseguir respirar é que o dia de amanhã é de trabalho e por isso de 8 as 8 da noite, pelo menos, ela foge mais uma vez dos seus problemas! Até o dia em que a bola de neve se quebrar e então ela entender que aos 24 anos não se foge de problemas, pois quem foge são as crianças e adolescentes, já os adultos.. os adultos encaram a vida!

sábado, 12 de março de 2011

Minha menina Malu!

É tão bom saber que dentre tantos espinhos, que dentro desse mundo obscuro e de tudo de errado que eu consigo ser, na tradução de algumas pessoas, pra você eu consigo ser mais!
É tão bom saber que pra alguém você é querido, perfeito. Que quando você chega o mundo dela se torna mais feliz, e vocês brincam e conversam.
Tão bom saber que as coisas podem ser simples e felizes se houver amor de verdade.
Melhor ainda quando vem de você, pela sua genética, pela história se repetir. Não tão igual, pois sei, e nem quero, que em alguma hipótese sua mãe deixe de ser sua musa como a minha deixa vez em quando.
Mas que pra você eu seja pelo menos metade do que sua mãe representa pra mim.
Que nos dias tristes eu não esqueça de você.
Que nas suas tolices eu saiba dar o melhor de mim.
Que nas suas inseguranças eu esteja lá pra te ajudar a levantar.
Que eu seja paciente contigo, mesmo sabendo que você precisa de uma surra.
Que você pense em correr pra me abraçar nas suas conquistas e que ao pensar, eu já esteja ao seu lado pra te parabenizar, te beijar e te dizer: eu sempre estarei com você.
Que eu seja sua Tia Michelle e você minha Paulinha.
Que seus gostos, sejam os meus.
Que sua vontade em estar ao meu lado seja espontânea.
Que você mesmo triste por motivo qualquer consiga ficar feliz com a minha chegada.
E que depois de muitos anos eu te reconheça como minha filha mais velha e você me reconheça como sua mãe.
Que sejas minha Malu e eu tua Tia Paulinha. Assim como eu sou a Paulinha da minha Tia Michelle.
E que a história se repita, pois é a única história da minha vida que nunca teve cortes, que nunca ficou preto e branco e a que eu mais amei até hoje.. Na verdade, até você nascer. Pois ela é tão amada quanto está sendo a que estamos escrevendo, minha pequena!

quinta-feira, 10 de março de 2011

..Os dias passavam, os meses, quase o ano.
Ela, anciosa, riscava na folhinha e pensava: "Menos um dia ao lado dele" e suspirava.
Ele, tranquilo, bebia e curtia todos os dias como se fosse o último de sua vida.
Ela foi pra acompanhar a amiga.
Ele foi pra azarar 'as minas'.
Ela sentou, olhou pra ele e pensou: "Menos um dia ao lado do meu amor, mas me divertindo com o próximo errado da lista."
Ele foi ao banheiro e quando virou-se, ela se fazia sorridente, com olhar penetrante e cheia de frases simpáticas.
Ele não pode pensar pois fora pego de surpresa, mas foi educado.
Ela distraiu e quando olhou, ele se fora sem dizer tchau.
Ela se decepcionou, mas sua decepção demorou um dia.
Ele a procurara em redes sociais.
Ela o adicionou.
Ele escreveu várias coisas legais, no estilo que toda mulher quer ouvir, e a convidou pra tomar suco de laranja.
Ela leu, sorriu e planejou ser mais um.
Ele leu, sorriu e planejou ser mais uma.
Ela maquiou-se.
Ele perfumou-se.
Ele fora cavalheiro e ela uma dama.
Sushi.. Sim, a primeira comida foi sushi.
Bohemia foi a primeira bebida.
O primeiro brinde foi ao 'reencontro'.
O primeiro bar foi com mpb no fundo musical.
E todos olhavam as gargalhadas daquele 'casal' que pra todos iniciava ali uma relação feliz, mas pra eles não passava de um passatempo.
Ela ficou alegre.
Ele acompanhou e serviu de lenha pra que a fogueira aumentasse.
Ela então deu um sorriso nervoso e disse "preciso de uma cigarro" e esperou o sermão.
Ele desceu do carro, comprou-lhe um cigarro.
E depois daquilo tornaram-se pela primeira vez "nós", mas no sentido carnal.
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E entre mensagens tornaram-se repetidamente nós.
Ela então viu que era ele quem a fazia feliz.
Ele talvez vira o mesmo, não se sabe ao certo o que há em seu coração, mas demonstrara profudamente a vontade de tê-la ao seu lado, de gostar dos seus cuidados diários e suas manhas.
Ela abdicou de seu mundo, pelo mundo do 'nós'.
Ela quebrou suas regras, afastou-se do que lhe fazia mal, vou ao trilho do trem e agora tem 'dó' em riscar a folhinha, pois seu significado é: 'menos um dia de 'nós''.
Ele sentira sua baixa estima.
Ela sentira sua autoridade.
Mas 'nós' acreditaram saber conviver com os defeitos e aproveitar as qualidades.


E agora nós, não mais Ele e Ela.